Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
(...)
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I-
I took the one less traveled by
And that has made all the difference.
The Road Not Taken, Robert Frost
Sunday, May 27, 2007
Wednesday, May 23, 2007
Na cidade desalinhada onde eu vivo, há uma senhora - que passarei a designar por Y- com a qual me cruzo quase todos os dias há mais de cinco anos. A senhora Y vive nas ruas, dorme nos jardins, desfalece etilizada nos passeios e, quando chove, abriga-se nas entradas dos edifícios. Come directamente dos contentores onde deitamos o lixo e faz as suas necessidades a ceú aberto. Quando passo por ela, a senhora Y saúda-me de forma entusiástica sempre com o mesmo "Olá, Dona Rosa!". Uma Dona Rosa de um passado muito longínquo, imagino. Resquícios de uma sanidade mental perdida. Estendo-lhe a moedinha piedosa com a qual ela compra cerveja ou cigarros.
Há anos que a senhora Y, em Inglês Y lê-se /wai/, sobrevive nesta urbe. A sua persistência em sobreviver causa as mais variadas reacções: pena, asco, raiva e até revolta. Muitos interrogam-se sobre o porquê - why?- da sua não existência. Contra tudo e contra todos, a senhora Y não se volatiliza.
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